segunda-feira, 24 de maio de 2010

PROJETO PARA ALÉM DA REALFABETIZAÇÃO 5º SÉRIE

ESTADO DE SANTA CATARINA

PREFEITURA DE OTACÍLIO COSTA

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO E CULTURA




CONTRIBUIÇÃO PARA ESTUDO E PLANEJAMENTO

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM - Ensino Desenvolvimental


Pesquisa realizada por Rosangela Maria Baldessar

Gerente de Ensino Fundamental

Otacílio Costa

PROJETO: ALÉM DA REALFABETIZAÇÃO

LDBEN

Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

As idéias de Davídov sobre o ensino desenvolvimental, lastreadas no pensamento de Vigotsky

Podem ser sintetizadas nos seguintes pontos:

(...) Em sua atividade de aprendizagem, as crianças reproduzem o processo real pelo qual os indivíduos criam conceitos, imagens, valores e normas. Portanto, o ensino de todas as matérias na escola deve ser estruturado de modo que reproduza, de forma condensada e abreviada, o processo histórico real da geração e desenvolvimento dos conhecimentos. (1988b, p. 22)

A educação escolar, o ensino e formação que lhe correspondem, é fator determinante do desenvolvimento mental, inclusive por poder ir adiante do desenvolvimento real da criança.

Na base do pensamento de Davídov está a idéia-mestra de Vigotsky de que a aprendizagem e o ensino são formas universais de desenvolvimento mental. O ensino propicia a apropriação da cultura e desenvolvimento do pensamento, dois processos articulados entre si, formando uma unidade: Podemos expressar essa idéia de duas maneiras: a) enquanto o aluno forma conceitos científicos, incorpora processos de pensamento e vice-versa. b) enquanto forma o pensamento teórico, desenvolve ações mentais, mediante a solução de problemas que suscitam a atividade mental do aluno. Com isso, o aluno assimila o conhecimento teórico e as capacidades e habilidades relacionadas a esse conhecimento.

Os conceitos de uma disciplina escolar devem ser assimilados por meio do exame das condições que os originaram e os tornaram essenciais, ou seja, os conceitos não se dão como “conhecimentos já prontos”, devendo ser deduzidos a partir do geral e do abstrato.

No estudo da origem dos conceitos os alunos devem, antes de tudo, descobrir a conexão geneticamente inicial, geral, que determina o conteúdo e a estrutura do campo de conceitos dados.

Educação é componente da atividade humana orientada para o desenvolvimento do pensamento através da atividade de aprendizagem dos alunos (formação de conceitos teóricos, generalização, análise, síntese, raciocínio teórico, pensamento lógico), desde a escola elementar.

A referência básica do processo de ensino são os objetos científicos (os conteúdos), que precisam ser apropriados pelos alunos mediante a descoberta da interação sujeito–objeto que implica o uso de mediações simbólicas (sistemas, esquemas, mapas, modelos, isto é, signos, em sentido amplo), encontrados na cultura e na ciência. A reconstrução e reestruturação do objeto de estudo constituem o processo de internalização, a partir do que se reestrutura o próprio modo de pensar dos alunos, assegurando, com isso, seu desenvolvimento.

O que está mudando é a forma como se aprende, os professores precisam mudar a forma de como se ensina, respeitando-se o princípio da subordinação do ensino aos modos de aprender. A preocupação mais elementar da didática, hoje, diz respeito às condições e modos pelos quais os alunos melhoram e potencializam sua aprendizagem. Em razão disso, uma didática a serviço de uma pedagogia voltada para a formação de sujeitos pensantes e críticos deverá salientar em suas investigações as estratégias pelas quais os alunos aprendem a internalizar conceitos, habilidades e competências do pensar, elementos categoriais, modos de ação, que se constituam em “instrumentalidades” para lidar praticamente com a realidade: resolver problemas, enfrentar dilemas, tomar decisões, formular estratégias de ação.

Para Castells, a tarefa das escolas e dos processos educativos é o de desenvolver em quem está aprendendo a capacidade de aprender, em razão de exigências postas pelo volume crescente de dados acessíveis na sociedade e nas redes informacionais, da necessidade de lidar com um mundo diferente e, também, de educar a juventude em valores e ajudá-la a construir personalidades flexíveis e eticamente ancoradas (in Hargreaves, 2001, p. 16). Também Morin expressa com muita convicção a exigência de se desenvolver uma inteligência geral que saiba discernir o contexto, o global, o multidimensional, a interação complexa dos elementos. Ele escreve:

(...) o desenvolvimento de aptidões gerais da mente permite melhor desenvolvimento das competências particulares ou especializadas. Quanto mais poderosa é a inteligência geral, maior é sua faculdade de tratar problemas especiais. A compreensão dos dados particulares também necessita da ativação da inteligência geral, que opera e organiza a mobilização dos conhecimentos de conjunto em cada caso particular. (...) Dessa maneira, há correlação entre a mobilização dos conhecimentos de conjunto e a ativação da inteligência geral. (Morin, 2000, p. 39)

Do ponto de vista didático, a característica mais destacada do trabalho de professor é a mediação docente pela qual ele se põe entre o aluno e o conhecimento para possibilitar as condições e os meios de aprendizagem. Tais condições e meios parecem poder ser centrados em ações orientadas para o desenvolvimento das funções cognitivas. Em, razão disso, a didática precisa preparar-se melhor para responder estas indagações: Como um aluno pode aprender, de um modo que as aprendizagens sejam eficazes, duradouras, úteis para lidar com os problemas e dilemas da realidade? Como ajudar as pessoas a desenvolverem suas capacidades e habilidades de pensar? Que papel ou que intensidade têm nesses processos o meio exterior e o contexto concreto de aprendizagens? Que recursos cognitivos ajudam o sujeito a construir significados, ou seja, interpretar a realidade e organizar estratégias de intervenção nela? Conforme Perez Gómez:

Um dos aspectos mais relevantes para entender a formação da cultura experiencial de cada indivíduo é a análise de seus processos de construção de significados. São estes significados (...) os responsáveis das formas de atuar, sentir e pensar, enfim, da formação da individualidade peculiar de cada sujeito, com diferente grau de autonomia, competência e eficácia para situar-se e intervir no contexto vital. (Pérez Gomez, 2000)

Estudos recentes sobre os processos do pensar e do aprender destacam o papel ativo dos sujeitos na aprendizagem, e especialmente, a necessidade dos sujeitos desenvolverem habilidades de pensamento e competências cognitivas. O papel do ensino é justamente o de propiciar mudanças qualitativas no desenvolvimento do pensamento teórico, que se forma junto com as capacidades e hábitos correspondentes


Perfil Esperado para esta série:

Pretende-se ao final desta série “ESPECIAL” que os alunos desenvolvam suas habilidades e competências de modo a atuarem de maneira autônoma, crítica e responsável; tornando-se agente principal de seu processo de aprendizagem; analisando, pesquisando e elaborando questões cognitivas e de vivência cotidiana.

Comprometendo-se com sua própria aprendizagem, deverá o aluno desenvolver ao longo deste ano de 2010 hábitos de estudo, organização pessoal e social, favorecendo assim, a relação de interação com o conhecimento e com todos os envolvidos no processo educativo.



HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PRIORIZADAS:

Habilidades

Competências

- Saber ouvir

- Responsabilidade e organização

- Estabelecer rotina de estudos

- Ler, interpretar e escrever corretamente nos diversos gêneros literários

- Raciocinar, calcular, operar

- Interpretar mapas e gráficos

- Observar, elaborar hipóteses

- Pesquisar e registrar conclusões

- Dialogar e argumentar - Dialogar e argumentar

- Autonomia

- Saber estudar/hábito de estudo

- Interpretação

- Resolver problemas

- Noção de localização no espaço

- Concluir e criar texto próprio

ATIVIDADES DE APREDIZAGEM INTERDISCIPLINAR :

Mente inovadora

A ATIVIDADE

mente inovadora constitui-se de sistemas de aprendizagem que estimulam o desenvolvimento de habilidades para a vida moderna.

Através de oficina de jogos, experiências, desafios, estudos de campo o aluno participa da aula tendo o professor como mediador e o apoio para as orientações. Essa experiência, divertida, atraente e desafiadora favorece um terreno fértil para alcançar os objetivos:

Desenvolvimento da convivência: aumenta progressivamente a capacidade de raciocínio cognitivo e reflexivo;

Habilidade de raciocínio: desenvolve uma grande variedade de habilidades nesta época rica de informações;

Transferência interdisciplinar: estabelece uma base organizacional para vários campos do conhecimento desenvolvendo habilidades para situações do cotidiano.

COGNITIVOS SOCIAIS EMOCIONAIS

Processo de Decisão

Resolução de Problemas

Orientação Espacial

Raciocínio Lógico

Desenvolvimento da Memória

Planejamento e Execução

Agrupamento e Classificação

Raciocínio matemático

Estudo de probabilidades

Métodos de Pesquisa

Questionamento Eficaz

Táticas e Estratégia

Habilidades Investigativas

Pensamento Criativo

Cooperação Social

Comunicação

Trabalho em Equipe

Colaboração

Resolução de Conflitos

Competição Sadia Autodisciplina

Autoconfiança

Responsabilidade

Aprender a Ganhar e Perder

Consciência de Si

Mesmo e Aprendizado

a Partir de Erros

Auto - estima

LER E ESCREVER EM TODAS ÁREAS DO CONHECIMENTO

Num mundo como o atual, em que os textos estão por toda a parte, entender o que se lê é uma necessidade para poder participar plenamente da vida social. Professores como você têm um papel fundamental nessa tarefa. Independentemente de seu campo de atuação, você pode ajudar os alunos a ler e compreender diferentes tipos de texto, incentivando-os a explorar cada um deles. Pode ensiná-los a fazer anotações, resumos, comentários, facilitando a tarefa da interpretação. Pode, enfim, encaminhá-los para a escrita, enriquecida pelos conhecimentos adquiridos na exploração de livros, revistas, jornais, filmes, obras de arte e manifestações culturais e esportivas.

O primeiro passo é firmar um compromisso: ensinar a ler é tarefa de todas as disciplinas, não apenas de Língua Portuguesa.. Em todas as áreas, há aproximações possíveis com o tema. “Um professor de História deve ensinar que muitos textos da área têm uma estrutura cronológica e que é necessário identificá-la para entender a informação. O de Ciências precisa discutir como ler as instruções de experiências e ensinar a produzir relatórios, e o de Matemática, a interpretar problemas. A alfabetização plena requer que os estudantes saibam compreender e produzir textos específicos das disciplinas”, explica a pesquisadora espanhola Isabel Solé, uma das maiores autoridades do mundo quando o assunto é leitura.

UM GRANDE ENCONTRO

No diálogo entre o estudante e o texto, o professor tem um papel importante para criar condições de interpretação

O aluno

Leitor Ativo Toda criança é um leitor que realiza um esforço cognitivo para processar e atribuir significado ao que está escrito. Com isso, interpreta.

Conhecimentos prévios Tudo o que um estudante sabe antes de ler compõe os chamados esquemas de pensamento, que influenciam o que ele compreende.

O professor

Contexto de produção Quem é o autor? Em que época escreveu? Quais suas possíveis intenções? Cabe ao professor ajudar cada aluno a enxergar esses aspectos.

Contexto de leitura Para que lemos um texto? Estabelecer um objetivo claro (considerando o que a turma já sabe) é fundamental para dar sentido à tarefa.

O texto

Forma Por possuir estruturas diferentes, cada gênero desperta expectativas distintas. Explorar suas características oferece pistas para antecipar a interpretação.

Conteúdo Para motivar, o tema deve estar ligado aos interesses de quem lê. E o professor de cada disciplina tem de direcionar o olhar da turma para aspectos específicos de sua área.


REFERÊNCIAS:

CLASSES DE ACELERAÇÃO. Caderno Pedagógico da Escola de Educação Básica Agar Alves Nunes 1998; Otacílio Costa.

DAVÍDOV, V.V. Uma nova abordagem para a investigação da estrutura e do conteúdo da atividade. In: Hedegard, Mariane e Jensen Uffe Jull. Activity theory and social practice: cultural-historical approaches. Aarhus (Dinamarca), Aarthus University Press, 1999.

HARGREAVES, Andy. O ensino como profissão paradoxal. Pátio, Porto Alegre, ano iV, n. 16, fev/abr 2001.

LEONTIEV, Alexis N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VIGOTSKII, L.S., LURIA, A . R. e LEONTIEV, A . N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo, Ícone Editora, 1992.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, Cortez/Unesco, 2000.

PÉREZ Gómez, A. La cultura escolar en la sociedad neoliberal. Madrid, Morata 1999.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo, Papirus, 1984

REVISTA ESCOLA , abril 2010